Uma breve história de uma marca de sapatos italiana chamada Gucci.
Quando falamos em Gucci, pensamos em luxo, glamour, sofisticação, qualidade…
Fundada em Firenze no ano de 1921 por Guccio Gucci, a marca ficou conhecida por suas malas de viagens, com alto padrão de qualidade feito por artesões na região da Toscana. O mocassim de fivela com tira verde e vermelha e a bolsa com alça de bambu, são os maiores ícones da marca. Guccio vinha de origem humilde e trabalhava como ascensorista e maleiro e já admirava os símbolos e brasões impressos nas malas, que os nobres carregavam consigo.
No ano de 1921, abriu sua primeira loja em Firenze, num estilo simples e modesto, reflexo do seu jeito de ser e vestir. Estava sempre impecável andando pelas ruas de Firenze e logo a alta burguesia e a nobreza florentina descobriram aquele talento nato. Em pouco tempo a marca já estava na boca do povo e uma das mais conhecidas entre a elite do país.
A década de 30 foi um importante marco para a história da Gucci, e com uma renomada clientela internacional, ele se vê obrigado a dar mais um passo em direção ao sucesso e expandir os negócios. E assim foi. De Firenze, Lugarno e Roma, suas malas, baús de viagem, cintos, sapatos e luvas, vendiam cada dia mais.
No ano de 1947, a Gucci lançou a bolsa com alça de bambu e ela se tornou o carro chefe da marca e em pouco tempo usada por celebridades e pessoas da alta sociedade e no final desta década, adota o logotipo GG, com duas letras G entrelaçadas, sendo uma delas invertida. Em 1951 a empresa abriu a primeira loja da Gucci em Milão.
Em 1953 falecia o fundador da empresa. No mesmo ano de sua morte, seus filhos mais velhos Rodolfo e Aldo abriram uma loja na cidade de Nova York onde as maiores celebridades de Hollywood contribuíram para que a marca se tornasse reconhecida mundialmente. Logo depois, novas lojas em Palm Beach, San Francisco, Filadélfia e Beverly Hills. E foi assim começou o processo de internacionalização da Gucci.
Acreditava-se que após a morte do artesão, a marca iria manter o mesmo estilo. Porém, a partir de 1953 ela reinventou a moda com um verdadeiro clássico, um ícone da moda. Com um calçado estilo mocassim e fivela de metal tornando-se peça indispensável no guarda roupa masculino, do homem moderno. Grandes celebridades como Ingrid Bergman, Sofia Loren, Jacqueline Kennedy e seu esposo John Kennedy tornaram-se consumidores fiéis da marca.
Na década seguinte foi para de Londres em 1967, Tóquio (1971), depois Paris, Hong-Kong e Chicago. Grandes nomes como Audrey Hepburn, Peter Sallers e Grace Kelly foram essenciais para que a marca pudesse de tornar sinônimo de requinte e bom gosto, principalmente em Hollywood, ganhando inúmeros adeptos e seguidores.
No ano de 1974, já havia mais de 14 lojas e 46 franquias da Gucci espalhadas por todo o mundo.
No ano de 1989, a imagem da marca estava se deteriorando dentro do mercado de luxo. Domenico Del Sole trabalhava no escritório de advocacia da Gucci e foi incumbido de buscar novas soluções para as divergências internas da empresa, em especial, entre os membros da família Gucci. Naquele mesmo período, a Investcorp, famosa empresa de investimentos árabes, adquiriu 50% do capital da marca, logo após a saída de Aldo Gucci da diretoria executiva.
Maurizio, sobrinho de Aldo Gucci era o último membro da família trabalhando na empresa e acabou vendendo sua participação na marca em 1993, ele não se entendia com o grupo de investidores. Com Maurizio fora de cena, a Gucci passou a ser comandada por Del Sole e nomeou Tom Ford para a direção criativa.
Alguns escândalos rondaram a porta da marca. Na década de 80, Aldo Gucci fora citado em um escândalo de fraude fiscal que chegou a bater US$ 7 milhões! As batalhas na justiça e as crises familiares custaram muito caro a Gucci, que entrou num recesso criativo e ficou durante muito tempo estagnado. Testemunhas contam que na época de reuniões, era comum ouvir palavrões e cinzeiros que voavam direto para as paredes.
Como se não bastasse, o último membro da família a permanecer na empresa, Maurizio Gucci, foi assassinado em 1995 quando estava chegando no seu escritório em Milão, a mando de sua esposa, Patrizia Peggiani. Ela foi condenada a 26 anos de prisão, que posteriormente pediu para ser convertida em regime domiciliar.
Com Tom Ford começa uma nova fase da Gucci. Além de relançar grandes ícones, como a bolsa com alça de bambu e os mocassins, Ford colocou no mercado a Bolsa Horsebilt Clutch, e em pouco tempo se tornou um verdadeiro fenômeno de vendas. A marca se modernizou e os rostos das campanhas publicitárias também mudaram. Audrey Hepburn e Grace Kelly deram lugar para personalidades como Tina Turner e Madonna.
Já nos anos 2000, a empresa pertencia a um seleto grupo de acionistas, entre eles, Bernard Arnault, dono do luxuoso LVMH e François Pinault. Del Sole e Ford sempre deram privilégios ao Pinault e através de negociações impostas, ele foi aumentando o seu capital até se tornar o único dono da marca em 2004. Foi nesse mesmo ano que Ford e Del Sole saíram da marca, sendo substituído pela romana Frida Giannini. A Gucci voltou com tudo aos famosos editoriais da moda e às capas de tantas revistas!
Em 26 de setembro de 2011, a marca italiana decide eternizar suas criações com o Gucci Museu, na Piazza della Signoria em Firenze, onde foi fundada.
Em 2014 Frida deixa improvisamente a Gucci e quem ocupa seu lugar em 2015 é Alessandro Michele e ele se transformou em um dos estilistas italianos mais influentes do mundo. Conseguiu em pouco tempo relançar a imagem da marca e conquistar um publico muito jovem. Considerado revolucionário e apaixonado por vintage, conseguiu fazer dialogar a cultura com os millennials. Tem a qualidade e a visão necessária para levar uma nova perspectiva contemporânea a Gucci e levar a marca a um novo e excitante capítulo da sua história.
“A beleza permanece a expressão mais incisiva do prazer que eu sinto, nos confrontos da riqueza e nas multi formas das coisas.” Alessandro Michele.